Lula sanciona mudanças na Lei de Cotas que incluem quilombolas e reduzem renda máxima

Proposta aprovada pelo Congresso reduziu renda máxima familiar do estudante de um salário mínimo e meio para um salário mínimo. Texto prevê política de inclusão na pós-graduação.

Lula, ministro Camilo Santana (Educação) e representantes de movimentos estudantis em cerimônia de sanção da Lei de Costas (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou nesta segunda-feira (13), sem vetos, uma série de mudanças na Lei de Cotas para universidades e institutos federais de ensino superior.

A nova lei atualiza a legislação de 2012, criada para reservar vagas em instituições de ensino superior a ex-alunos da rede pública de ensino. À época, a lei instituiu outras duas subcotas: estudantes de baixa renda; e pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência.

A revisão da legislação estava prevista para ser realizada em 2022, mas Câmara e Senado só aprovaram o novo texto neste ano. O texto determina, entre outros pontos:
reserva de 50% das vagas de ingresso nos cursos de graduação para estudantes com renda familiar igual ou menor a um salário mínimo – R$ 1.320 (valor anterior era de um salário mínimo e meio – R$ 1.980);

  • inclusão de quilombolas na reserva de vagas;
  • políticas de inclusão em programas de pós-graduação de pretos, pardos, indígenas e quilombolas e pessoas com deficiência; e
  • avaliação do programa a cada 10 anos, com ciclos anuais de monitoramento

“Essa lei só faz a gente descobrir que, quando você governa, quanto mais você faz, mais descobre que tem coisas novas para fazer. E isso só é possível em uma sociedade democrática, que tenha condições de se organizar livremente e tenha o direito de cobrar. Porque nem sempre, aqui no Brasil, a gente teve o direito de cobrar”, declarou Lula após assinar a lei.

“Esses jovens estão demolindo um mito propagado pelas elites […] de que a chegada dos cotistas ao ensino superior faria cair a qualidade da educação […] O que aconteceu foi exatamente o contrário. A realidade é que os jovens das classes menos favorecidas são tão inteligentes quantos jovens ricos e agarram com unhas e dentes a oportunidade de mostrar a capacidade de estar onde estão”, prosseguiu.

“O que faz cair a qualidade acadêmica é o ódio que algumas pessoas deste país têm contra a democratização do conhecimento.”

Mudanças

Além da mudança na renda máxima para participação nas vagas reservadas, outros pontos do sistema de cota foram alterados.

Segundo o governo, as regras já serão aplicadas na próxima edição do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que ocorrerá em janeiro de 2024 com base nas notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) realizadas neste mês.

Ampla concorrência

No ingresso, os candidatos vão concorrer às vagas de ampla concorrência — disputadas por todos. Caso não alcancem as notas nesta modalidade, passam então a concorrer às vagas reservadas pela Lei de Cotas.

Inclusão de quilombolas na reserva

O projeto inclui quilombolas entre os perfis que têm direito ao preenchimento de vagas na mesma proporção que ocupam na população de cada estado.

A legislação já previa esse direito a autodeclarados pretos, pardos e indígenas e a pessoas com deficiência.

Vagas remanescentes

O texto aprovado pelo Congresso prevê que, caso as vagas estabelecidas nas subcotas não sejam preenchidas, a prioridade será de outras subcotas — e só depois para estudantes de escolas públicas, de modo geral.

A legislação dizia que, em caso de não preenchimento das vagas de subcotas, as reservas iriam diretamente para outros estudantes de escolas públicas.

Avaliações

Segundo o projeto, serão realizadas avaliações da Lei de Cotas a cada 10 anos — e não mais uma revisão, como prevê a lei atual.

A proposta estabelece ainda que o Ministério da Educação divulgue, anualmente, um relatório com informações sobre a política, como dados sobre acesso, permanência e conclusão dos alunos.

Auxílio estudantil

Os cotistas terão prioridade no recebimento de auxílio estudantil.

Cálculo de proporção

De acordo com a proposta, após três anos da divulgação do resultado do Censo, o Poder Executivo deve adotar metodologia para atualizar anualmente a proporção de pretos, pardos, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência em cada estado.

Pós-graduação

Nos programas de pós-graduação, a proposta prevê que as instituições federais de ensino superior promoverão políticas para inclusão de pretos, pardos, indígenas e quilombolas, além de pessoas com deficiência.

PF prende policial civil por fraudes no INSS

A Polícia Federal (PF) prendeu um policial civil durante uma operação de combate a fraudes ao INSS realizada nesta segunda-feira (13/11). A ação aconteceu no Amazonas e resultou na apreensão de mais de R$ 300 mil em dinheiro. O prejuízo causado pela quadrilha foi calculado em R$ 5 milhões.

Durante a Operação Fragmentados, a PF cumpriu cinco mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão temporária. A Justiça Federal no Amazonas também determinou a apreensão de veículos, cancelamento de benefícios do INSS e bloqueios de contas dos envolvidos.

De acordo com as investigações, o grupo usava documentos falsos para obter vantagens sobre o Benefício de Prestação Continuada ao Idoso, junto ao INSS. Pelo menos 52 benefícios com indícios de fraude foram apontados pela PF.

Com o policial civil preso, a PF encontrou vasta documentação que comprovaria as irregularidades. A quantidade de documentos usados pela organização criminosa levou a PF a batizar a operação com o nome de um filme sobre um criminoso com transtorno de personalidade.

Um dos investigados foi preso em flagrante pelo crime de contrabando, Com ele, foram encontradas diversas caixas de cigarro de origem estrangeira, que entraram no Brasil de forma ilegal.

Os envolvidos são suspeitos de cometer os crimes de estelionato previdenciário, falsificação de documento público, uso de documento falso, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas podem chegar a 30 anos de reclusão. (Via: Metrópoles)

Vítima do acidente no Anel Viário em Afogados,tinha 38 anos

 Rodrigo era conhecido por Rodrigão, tinha uma loja de móveis usados no Bairro São Braz.  Residia no centro de Afogados com a mãe. O corpo ainda está no IML Caruaru. Não há informações sobre velório e sepultamento

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