O ator Antônio Fagundes surpreendeu ao estrelar uma campanha “sincera” sobre câncer de próstata nesta segunda-feira. O vídeo feito pelo grupo Porta dos Fundos, apesar do tom jocoso, alerta para a seriedade da condição que mata mais de 15 mil pessoas por ano e tem cerca de 72 mil novos casos anualmente.
“Novembro está chegando e com ele a campanha de novembro azul. A pergunta que fica é: quando você vai liberar esse c* aí?”, pergunta o artista na campanha.
Segundo o vídeo, há cada 38 minutos uma pessoa morre de câncer de próstata e a doença é responsável por 2% das mortes quando se trata de neoplasias malignas.
“Colocar o c* pra jogo é a melhor forma de se prevenir dessa doença”, diz Fagundes.
“Logo deixar um profissional cutucar o seu é a melhor escolha para uma vida saudável”, diz o ator.
Câncer de próstata
O câncer de próstata é o terceiro tumor mais comum no Brasil, depois do câncer de pele e do de mama. Em homens, é o mais prevalente. A evolução costuma ser silenciosa, mas alguns sintomas podem indicar a doença. São eles:
- Dificuldade de urinar;
- Demora em iniciar ou finalizar o jato urinário;
- Diminuição do jato urinário;
- Necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite;
- Presença de sangue na urina
Afrodescendentes, histórico familiar (parentes e 1º grau com a doença) e obesidade são os principais fatores de risco para a doença. A avaliação da próstata é baseada em dois exames iniciais: o toque retal, onde o médico consegue avaliar se existe algum nódulo de consistência mais endurecida na próstata, e o exame de PSA. Esse é um exame de sangue que faz a dosagem da proteína antígeno prostático específico (PSA), que é produzida apenas pela próstata.
A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) recomenda que homens do grupo de risco façam consultas periódicos e realizem anualmente o exame de PSA, a partir dos 45 anos de idade. Para a população em geral, a recomendação é a partir dos 50 anos.
Exame de sangue promissor
Um novo exame de sangue desenvolvido pela Oxford Biodynamics em colaboração com a Universidade de East Anglia, no Reino Unido, é capaz de detectar 94% dos cânceres de próstata. Chamado Prostate Screening EpiSwitch ou novo teste PSE, o teste é muito superior ao PSA, um dos métodos de diagnóstico menos invasivos disponíveis atualmente.
O método combina a tecnologia PSA com o teste epigenético EpiSwitch, que é justamente o que aumenta a confiabilidade do teste. De acordo com os pesquisadores, o novo teste tem um potencial significativo como diagnóstico de triagem preciso e rápido para esse tipo de câncer.
O exame foi avaliado em um estudo piloto envolvendo 147 pacientes. Os resultados foram comparados ao do PSA padrão e constatou-se que o PSE aumenta significativamente a precisão geral da detecção de homens em risco.
A técnica apresentou 92% de sensibilidade e 94% de especificidade. Isso significa que ela é capaz de fornecer com alta precisão resultados positivos e negativos.
“Atualmente não existe um teste único para o câncer de próstata, mas os exames de sangue PSA estão entre os mais usados, juntamente com exames físicos, exames de ressonância magnética e biópsias. No entanto, os exames de sangue de PSA não são usados rotineiramente para rastrear o câncer de próstata, pois os resultados podem não ser confiáveis. Apenas cerca de um quarto das pessoas que fazem uma biópsia de próstata devido a um nível elevado de PSA são diagnosticados com câncer de próstata.”, disse Dmitry Pshezhetskiy, pesquisador do estudo, em comunicado.
Candidato é preso no Recife, confundido com paraibano alvo da polícia, e perde prova do Enem
Marcos foi confundido com paraibano procurado pela polícia. Candidato respondia à prova do Enem quando foi convocado a se retirar da sala e acompanhar policiais.

Marcos Antonio Gomes da Silva, de 50 anos, foi preso por engano, enquanto realizava a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023, no domingo (5/11). O homem fazia o concurso em uma escola no Recife, e policiais militares o surpreenderam com um mandado de prisão contra um suspeito de mesmo nome e data de nascimento que o dele.
Ele chegou a prestar queixas contra os policiais por danos morais, mesmo sendo liberado em seguida, após ser levado para a delegacia. O homem não conseguiu terminar a prova do Enem. “É irreparável. A gente se prepara, tem um sonho, e, de repente, uma falha acaba com tudo”, disse Marcos, em entrevista à TV Globo.
Marcos é vendedor e pesquisador, prestava o exame na Escola Estadual Assis Chateaubriand, no bairro de Brasília Teimosa, na Zona Sul do Recife, quando foi convocado a se retirar da sala, pela coordenadora do local da prova, em direção ao pátio.
“Eu estranhei, quando cheguei no pátio da escola, me deparei com dois policiais militares que disseram que tinham um mandado de prisão no meu nome. Entrei em estado de choque, fiquei sem entender a situação”, disse Marcos.
Identificação para o Enem
Os PMs notaram um problema ao verificar seus documentos de identificação, no entanto. Apesar do nome e a data de nascimento serem iguais das que estavam no mandado, os nomes dos pais de Marcos eram diferentes do homem procurado, nascido na Paraíba.
Mesmo assim, o vendedor não pôde voltar para sala da prova, devido à ordem dos policiais para que ele fosse conduzido até o Institutido de Identificação Tavares Buril, no Centro do Recife, afim de chegar suas impressões digitais. “Tentei argumentar, mas não tive apoio da coordenação do Enem”, contou Marcos.
Após verificarem que as digitais não batiam com as do suspeito procurado, Marcos se dirigiu para a Delegacia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, registrar um boletim de ocorrência contra a abordagem.
Danos morais
Perguntado se teria condições para refazer a prova em uma posspivel reaplicação da prova em dezembro, Marcos afirmou ser muito cedo para saber. Ele conta também que não pediu para entrar na sala da prova novamente, pois não tinha condições psicológicas e emocionais depois do ocorrido.
“Estou desestabilizado, foi uma situação constrangedora. Várias pessoas presenciaram a situação, e, até que se prove o contrário, as pessoas têm um olhar negativo. Espero que a Justiça tome as medidas cabíveis e que haja uma reparação”, afirmou Marcos.
Allan Negreiros, advogado de Marcos, disse que vai pedir informações à Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) afim de entrar com uma ação na Justiça por danos morais, em busca de uma indenização.
“Para saber de onde saiu a ordem de conduzir o senhor Marcos mesmo diante de uma dúvida sobre a sua identidade, pois ele poderia ser custodiado durante a prova e, posteriormente, levado para fazer a investigação”, afirmou o advogado.