Presidente da Assembleia de Santa Catarina é preso em operação contra fraudes de R$ 500 milhões

Informação foi confirmada pelo advogado dele nesta manhã de terça-feira. Deputado foi até a sede da Polícia Federal prestar esclarecimentos e a mandado prevê prisão domiciliar.

Presidente da Alesc, Julio Garcia, anuncia suspensão da sessão extraordinária após decisão do TJSC. (Foto: Rodolfo Espínola/Agência AL/Divulgação)

O presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), Júlio Garcia (PSD), foi preso na manhã desta terça-feira (19) em Florianópolis, na segunda fase da Operação Alcatraz. A informação foi confirmada pelo advogado do deputado, Cesar Abreu, que afirmou que o mandado que prevê a prisão domiciliar do político foi cumprido.

No total, a segunda fase da Alcatraz cumpre 34 mandados de busca e apreensão, 11 mandados de prisão preventiva e nove de prisão temporária. As ações acontecem em Florianópolis, Joinville e Xanxerê.

Até as 11h, 10 mandados de prisão preventiva e oito de prisão temporária haviam sido cumpridos. A Polícia Federal, em coletiva nesta manhã, não informou o nome dos detidos ou investigados. O caso está em sigilo, disse o órgão.

Garcia prestou esclarecimentos na sede da Polícia Federal nesta manhã e voltou para casa. Além do deputado, Jefferson Colombo, dono da empresa Apporti Soluções foi preso preventivamente. A defesa do empresário confirmou a informação.

A investigação apura a suspeita de fraudes que ultrapassam R$ 500 milhões. A segunda fase da operação, chamada de “Hemorragia”, tem como alvo uma suposta organização criminosa suspeita de corrupção, fraude em procedimentos licitatórios e lavagem de dinheiro em Santa Catarina.

Julio Garcia e Jeffeson Colombo

Em uma das denúncias da fase anterior da Operação Alcatraz, empresário preso nesta terça, Jefferson Colombo, havia sido apontado pela Polícia Federal como operador financeiro de Garcia. O deputado negou envolvimento e disse que as acusações eram absolutamente infundadas.

A Apporti, que é do empresário e genro da ex-mulher de Júlio Garcia, foi vencedora de licitações da Secretaria de Administração. No relatório, em que os dois foram citados, a PF disse ter indícios de fraude e superfaturamento em um pregão vencido pela Apporti para gestão de linhas telefônicas do Estado.

PF aponta que o valor mensal dos serviços da Apporti era de R$ 45,9 mil, mas que a empresa subcontratava um fornecedor para fazer o serviço por R$ 8 mil. Segundo a polícia, essa sobra de cerca de 38 mil favoreceria Jefferson e Júlio Garcia.

A PF não informou se a ação desta terça possui relação com o relatório divulgado em 2019. No entanto, a nova operação é resultado de colaboração premiada de uma empresa envolvida na primeira fase da Alcatraz.

Primeira fase

A Operação Alcatraz foi deflagrada em maio de 2019 para investigar supostas fraudes em licitações, desvio de dinheiro e superfaturamento de contratos de prestação de serviço de mão de obra terceirizada e do ramo de tecnologia firmados com órgãos do governo do estado.

Na época que foi deflagrada a operação, foram cumpridos 11 mandados de prisão, entre empresários e agentes públicos, sendo sete preventivas e quatro temporárias, e 42 mandados de busca e apreensão, em órgãos públicos, empresas e residências, na capital, São José, Antônio Carlos e Ituporanga, bem como na cidade paulista de Vinhedo.

Segunda fase

O foco da segunda fase, batizada de “Hemorragia”, envolve contratos firmados pelas secretarias estaduais, empresários do ramo de tecnologia e servidores públicos. Segundo a PF, contratações de serviços eram feitas sem cotação prévia de preços. Os investigados também apresentavam orçamentos de empresas que possuíam relacionamento societário ou comercial entre elas.

Além dos mandados de busca, foram deferidas medidas cautelares como afastamento da função pública, proibição de contato com outros investigados e de se ausentar do país, e bloqueio de patrimônio dos investigados em valores que variam entre R$ 928 mil e R$ 37 milhões.

Com

Compartilhe: