Perto de atingir 500 mil mortes por Covid, Brasil bate recorde com mais de 98 mil novos casos em 24 h

No total, 61.859.364 pessoas receberam pelo menos uma dose da vacina contra a Covid no país –24.171.806 delas já receberam a segunda dose do imunizante.

Foram atualizados os dados da vacinação contra a Covid-19 no Distrito Federal e em 24 estados. (Foto: Reprodução)

 O Brasil registrou 2.449 mortes por Covid-19 e 98.135 casos da doença nesta sexta-feira (18). Com isso, o total de mortes no país chegou a 498.621 e o de casos a 17.802.176 desde o início da pandemia.

O número de novos casos registrado nesta sexta é o recorde do país. A marca anterior havia sido alcançada em 25 de março, com 97.586 registros.

A média móvel de mortes por dia ficou em 2.039, terceiro dia consecutivo com o número acima de 2.000 -já são 148 dias acima de mil mortes diárias.

A média é um instrumento estatístico que busca amenizar variações nos dados, como os que costumam acontecer aos finais de semana e feriados. O dado é calculado pela soma das mortes dos últimos sete dias e pela divisão do resultado por sete.

Foram atualizados os dados da vacinação contra a Covid-19 no Distrito Federal e em 24 estados.

O Brasil aplicou 1.564.573 doses de vacinas contra Covid-19 nesta sexta (18).
Segundo dados das secretarias estaduais de saúde, foram aplicadas 1.478.344 da primeira e 86.229 da segunda dose.

No total, 61.859.364 pessoas receberam pelo menos uma dose da vacina contra a Covid no país –24.171.806 delas já receberam a segunda dose do imunizante.

Especialistas alertam que cuidados básicos como uso de máscara, distanciamento social e higiene das mãos devem ser mantidos mesmo após a aplicação das duas doses do imunizante, uma vez que nenhuma vacina garante 100% de proteção contra a doença.

Dados da pesquisa na cidade de Serrana, no interior de SP, indicam que uma retomada mais segura da vida normal deve ser feita quando pelo menos 60% de toda a população estiver imunizada, ou pelo menos 75% da população adulta. A cidade viu uma queda de 95% no número de óbitos após ter alcançado mais de 95% da população adulta completamente imunizada.

Com os dados vacinais desta quinta, 29,21% da população brasileira recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid e 11,41% recebeu a segunda.

Os dados do país, coletados até às 20h, são fruto de colaboração entre Folha de S.Paulo, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus. As informações são coletadas diariamente com as Secretarias de Saúde estaduais.

A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorre em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (sem partido), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.

Marco Aurélio adia saída do STF e diz que sucessor não pode ter paixões

Ele havia anunciado que deixaria o tribunal no dia 5 de julho, mas nesta sexta enviou um ofício ao presidente da corte, Luiz Fux, pedindo para adiar seu afastamento para o dia 12 de julho, quando completará 75 anos.

Ele disse que sua preferência é “pela felicidade do presidente da República” na escolha e ressaltou que o magistrado “não pode ter paixões”. (Foto: Reprodução)

 O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Marco Aurélio Mello, confirmou nesta sexta-feira (19) no UOL Entrevista que mudou a data de sua aposentadoria do cargo. Ele havia anunciado que deixaria o tribunal no dia 5 de julho, mas nesta sexta enviou um ofício ao presidente da corte, Luiz Fux, pedindo para adiar seu afastamento para o dia 12 de julho, quando completará 75 anos.

“Cheguei à conclusão de que não deveria virar as costas à cadeira antes da idade limite [para permanecer no serviço público], por isso disse que esperarei a undécima hora para, aí sim, implementados os 75 anos, deixar a capa de julgador que eu busquei, nesses anos, honrar”, disse ele ao programa, conduzido pelo apresentador Diego Sarza e pela colunista Carolina Brígido.

Na carta, a qual o UOL teve acesso, o ministro diz que quer dedicar-se ao Judiciário e, com isso, diminuir ao máximo o número de processos que ficarão no Gabinete. Marco Aurélio também comentou que tem preferências para seu sucessor. Ele disse que sua preferência é “pela felicidade do presidente da República” na escolha e ressaltou que o magistrado “não pode ter paixões”.

Ainda neste tema, Marco Aurélio relembrou que o Estado é laico. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que vai indicar o próximo ministro da Corte, já afirmou que escolheria alguém “terrivelmente evangélico” para a vaga.

“Que se observe não a formação religiosa. Que o escolhido perceba a envergadura da cadeira – o Supremo tem a última palavra sobre o conflito de interesse – e que se sinta longe de qualquer paixão, porque o julgador não pode ter paixão”, disse o ministro Marco Aurélio Mello.

O decano afirmou ainda que estava preparado para deixar o cargo em 2016, aos 70 anos. Em 2015, porém, foi aprovada a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Bengala, que aumentou a idade da aposentadoria compulsória para os 75 anos.

“Embora eu seja um pouco conservador – estou casado há 49 anos com a mesma mulher-, eu viro com muita facilidade a página. Hoje, meu sentimento é de tranquilidade maior quanto ao dever cumprido, e cumprido segundo as minhas forças”.
Mello também relembrou o seu início no STF e admitiu que tem saudade dos magistrados da “velha guarda”, da época em que começou a carreira, como juiz do trabalho no Ministério Público em 1975 – ele viria a ser ministro do Supremo em 1990, indicado pelo então presidente e seu primo, Fernando Collor de Mello.

“Estou há 31 anos no Supremo e tenho 42 anos como julgador em colegiado, o que eu penso que é um recorde no Brasil. Mantive esses anos todos e vou manter até os últimos o espírito irrequieto. Percebo o colegiado como uma somatória de forças distintas. Aí cabe a cada qual, com equidistância e coragem, revelar a ideia que tem sobre o caso concreto. Encerrarei dessa forma, mas muito satisfeito acima de tudo, com o sentimento de dever cumprido”.

Ao avaliar a gestão de Jair Bolsonaro, Mello evitou críticas mais incisivas mas disse que ele cometeu “alguns pecadilhos”, como a postura negacionista quanto à pandemia e as críticas ao STF.

“O exemplo vem de cima, e quando tem esses arroubos de retórica, não contribuem para o avanço. Não podemos pensar em fechamento das instituições, senão vamos fechar o Brasil para balanço”, comentou, em relação aos atos antidemocráticos promovidos por bolsonaristas contra a Corte. Também afirmou que a instabilidade política vem causando um excesso de ações no STF, o que teria prós e contras.

“Eu já disse que partidos que não figuram no Congresso passam a acionar o Supremo para fustigar o governo. Isso pode ter o lado positivo, que é a liberdade das minorias, mas pode ter lado negativo, que é a potencialização desse acesso ao Judiciário. E o Supremo atua sem estar engajado nessa ou naquela política governamental ou partidária”, analisou.

Questionado sobre como enxerga a possibilidade de o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro e o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa concorrerem à presidência nas eleições de 2022, Mello elogiou ambos.

“[Moro] Tem bagagem para isso, mas não sei se tem a penetração para reunir apoio para chegar à presidência, que é uma caminhada complexa”, disse. “Agora, não concebo que um herói nacional como Moro, aclamado pela sociedade brasileira e com trabalho prestado no combate à corrupção, se torne execrado da noite para o dia. Alguma coisa aí no sistema não fecha”, comentou ele, sobre o caso da parcialidade do ex-juiz nos processos contra o ex-presidente Lula.

Sobre Barbosa, Mello disse que ele deixou “muito cedo” a magistratura. “Poderia estar servindo a nação como um grande juiz negro. É um homem que tem uma boa formação. É um homem letrado e, portanto, pode se apresentar. Não sei se terá votos suficientes [se for candidato a presidente em 2022]”, disse.

Sobre a CPI da Covid, o ministro reiterou os poderes investigatórios da comissão por estarem “previstos na Constituição”, mas ponderou: “A atuação é válida, desde que se respeite a dignidade dos que são convocados pelos senadores. Ninguém pode ser humilhado nem na Casa Legislativa [o Congresso] nem em um órgão do Judiciário.”.

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