Ofício sobre uso de cloroquina pode ser prova contra governo federal em CPI da Covid-19

Além da retórica do presidente da República, os parlamentares do colegiado querem apurar a atuação do Ministério da Saúde para incentivar o uso dos medicamentos por estados e municípios.

O ofício de 29 de junho do ano passado enviado pelo Ministério da Saúde à Fiocruz é um dos textos que estão na relação de evidências que comprovariam a orientação explícita de Bolsonaro para uso da hidroxicloroquina no tratamento da Covid –algo rechaçado. (Foto: Reprodução)

– O senador Renan Calheiros (MDB-AL), futuro relator da CPI da Covid, já tem em mãos um ofício no qual o governo federal orienta a Fiocruz a divulgar e indicar a prescrição de cloroquina ou hidroxicloroquina no tratamento contra a Covid-19.

Para membros da comissão, o documento poderá ser usado eventualmente como prova para imputar crimes a integrantes do governo Jair Bolsonaro na gestão da pandemia.
Os senadores do grupo independente e de oposição que compõem a CPI definiram que uma das frentes de investigação deve ser a recomendação do uso de remédios sem eficácia comprovada contra a Covid, mais notoriamente da hidroxicloroquina.

Além da retórica do presidente da República, os parlamentares do colegiado querem apurar a atuação do Ministério da Saúde para incentivar o uso dos medicamentos por estados e municípios.

O governo recentemente passou a adotar a narrativa de que apenas disponibilizou os medicamentos para os entes federados que solicitaram a hidroxicloroquina, por exemplo, e que a decisão final cabe aos médicos.

Os senadores, no entanto, pretendem iniciar a investigação em um período anterior e por isso já trabalham na pesquisa de documentos que possam comprovar essa ação para estimular a administração do medicamento.

A CPI tem sua instalação marcada para a próxima terça (27). Além da confirmação de Renan na relatoria, a primeira sessão de trabalhos deve eleger o senador Omar Aziz (PSD-AM) presidente da comissão. A base do governo é minoria entre os 11 integrantes.

O ofício de 29 de junho do ano passado enviado pelo Ministério da Saúde à Fiocruz é um dos textos que estão na relação de evidências que comprovariam a orientação explícita de Bolsonaro para uso da hidroxicloroquina no tratamento da Covid –algo rechaçado por especialistas.

O texto, assinado pelo coronel Luiz Otavio Franco Duarte, então secretário de Atenção Especializada à Saúde na gestão Eduardo Pazuello, foi encaminhado também ao Instituto Evandro Chagas e a Fernandes Figueira, diretor do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente. Ele solicita aos órgãos que indiquem e divulguem o uso do remédio no combate à doença.

“Solicito a ampla divulgação desse tratamento [uso da cloroquina ou hidroxicloroquina], considerando que ele integra a estratégia do Ministério da Saúde para reduzir o número de casos que cheguem a necessitar de internação hospitalar para tratamento de síndromes de pior prognóstico, inclusive com suporte ventilatório pulmonar e cuidados intensivos”, diz o ofício.

O documento lista medidas “essenciais a tomar e divulgar”. Em primeiro lugar, solicita que haja divulgação para se considerar a “prescrição de cloroquina ou hidroxicloroquina nos primeiros dias dos sintomas, no âmbito do Sistema Único de Saúde”.

Em segundo, diz que as unidades de saúde devem “dispor visivelmente as orientações para prescrição para gestantes e pacientes adultos e pediátricos com sinais leves, moderados e graves nas três fases de tratamento”.

O ministério ainda orientou as instituições a disponibilizarem o Termo de Ciência e Consentimento aos médicos que prescreverem cloroquina ou hidroxicloroquina.
“Devem estabelecer um fluxo de atendimento e o monitoramento por meio de eletrocardiograma para pacientes nos primeiro, terceiro e quinto dias de tratamento com cloroquina ou hidroxicloroquina isolada ou em associação com azitromicina.”

Outra informação que deve ser usada para embasar eventuais acusações contra o governo são ofícios do meio do ano passado segundo os quais o governo mandou a Fiocruz produzir a cloroquina, como mostrou o jornal Folha de S.Paulo em fevereiro.
Obtidos pelo jornal, os documentos do Ministério da Saúde datam de 29 de junho e 6 de outubro e mostram a produção de cloroquina e também de fosfato de oseltamivir (o Tamiflu) pela Fiocruz, com destinação a pacientes com Covid-19. O Tamiflu também não tem eficácia contra a doença, segundo estudos.

O dinheiro que financiou a produção partiu da MP (Medida Provisória) 940, editada em 2 de abril por Bolsonaro para o enfrentamento de emergência do novo coronavírus, como consta nos dois documentos enviados pelo Ministério da Saúde ao MPF (Ministério Público Federal) em Brasília.

A MP abriu um crédito extraordinário, em favor do ministério, no valor de R$ 9,44 bilhões. Para a Fiocruz, que é vinculada à pasta, foram destinados R$ 457,3 milhões para “enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus”.

A ala governista que compõe a CPI, por sua vez, trabalha para afastar das investigações as questões relativas aos medicamentos sem comprovação de eficácia contra a Covid-19. Argumentam que se trata de uma questão subjetiva, uma vez que a decisão final de administrar ou não medicamentos como a hidroxicloroquina cabe aos médicos.

Um senador governista lembra que a CPI precisa focar em um “fato determinado” para cumprir os requisitos para a sua instalação, citando como exemplo a questão do colapso do sistema de saúde de Manaus, onde serão investigados fatos concretos, como a falta de leitos, de oxigênio e se os repasses do governo federal não foram empregados.

Segundo ele, não é possível criar uma linha de investigação a respeito da hidroxicloroquina, delimitar um fato a ser investigado, por conta da subjetividade da questão.

Os integrantes da CPI da Covid no Senado

Governistas
Jorginho Mello (PL-SC)
Eduardo Girão (Podemos-CE)
Marcos Rogério (DEM-RO)
Ciro Nogueira (PP-PI)

Demais
Humberto Costa (PT-PE)
Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
Renan Calheiros (MDB-AL)
Otto Alencar (PSD-BA), Omar Aziz (PSD-AM)
Tasso Jereissati (PSDB-CE)
Eduardo Braga (MDB-AM)

Suplentes
Jader Barbalho (MDB-PA)
Luis Carlos Heinze (PP-RS)
Angelo Coronel (PSD-BA)
Marcos do Val (Podemos-ES)
Zequinha Marinho (PSC-PA)
Rogério Carvalho (PT-SE)
Alessandro Vieira (Cidadania-SE)

Diagnosticado com Covid-19, cantor Augusto César morre aos 61 anos em hospital de Recife

A família de Augusto César informou que o enterro está previsto para as 19h desta quarta, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife. (Foto: Divulgação)

O cantor pernambucano Augusto César morreu, no Recife. Diagnosticado com Covid-19, o artista tinha 61 anos de idade, sendo 35 de carreira. A informação foi confirmada por Elton Luna, um dos filhos dele, na manhã desta quarta-feira (21).

Ainda segundo o filho do cantor, a morte ocorreu por volta das 22h de terça-feira (20), no Hospital da Hapvida, na Zona Oeste da capital pernambucana, onde ele estava internado desde segunda (19).

Segundo Elton, por causa da Covid, ele apresentou insuficiência respiratória. Augusto César era diabético e sofria de insuficiência renal grave. O novo coronavírus, de acordo com a família, agravou o estado de saúde dele.

Na tarde de terça-feira, o artista tinha sido intubado. À noite, o cantor teve várias paradas cardiorrespiratórias, de acordo com o filho dele.

A família de Augusto César informou que o enterro está previsto para as 19h desta quarta, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife.

Por causa do diagnóstico de Covid, não está previsto velório. O cantor deixou quatro filhos e duas netas.

Conhecido por músicas românticas, ele também era compositor, tendo assinado pelo menos 100 canções. Gravou dez CDs, cinco LPs e dois compactos, além de dois DVDs.

Entre as músicas mais conhecidas do público estão “Escalada”, “Ela acabou comigo”, “Ela vai ter que decidir” e “Como posso te esquecer”.

Repercussão

A morte do cantor gerou reações nas redes sociais. Fãs lamentaram o falecimento de Augusto César e lembraram que ele era torcedor do Santa Cruz Futebol Clube.

Cantoras que fazem sucesso na cena da música brega de Pernambuco também fizeram comentários nas redes sociais.

Eduarda Alves afirmou que Augusto César era “um cantor admirável e respeitado por todos nós pernambucanos e brasileiros”.

“Tínhamos planos de gravarmos juntos e esse maldito vírus interrompeu. Deus sabe de tudo. Suas canções sempre serão lembradas junto a sua personalidade, humildade, simpatia e respeito”, disse.

Michele Melo afirmou que o artista é “mais uma pessoa incrível que perdemos pra esse vírus maldito!” Nas redes sociais, a cantora postou a seguinte frase: “Vai com Deus, amigo. Sua música e sua alegria estarão para sempre em nosso coração.”

Cemitério

Por meio de nota, a assessoria do Cemitério Morada da Paz orientou os fãs de Augusto César. “Os clientes e o público em geral devem evitar a presença em velórios e sepultamentos. Caso seja necessário comparecer, deve-se manter os cuidados com os protocolos de higienização e segurança para conter a proliferação do novo coronavírus”.

Ainda segundo a assessoria do cemitério, não haverá velório, “pois a morte foi por Covid”. O Morada disse, ainda, que não proibirá o acesso de fãs, mas fará controle de acesso e temperatura, assim como orientará o distanciamento no sepultamento.

“Os fãs que quiserem prestar uma última homenagem podem acessar o obituário do cantor no Morada da Memória para deixar uma mensagem, compartilhar uma memória ou acender uma vela”, informou.

Gil ganha liderança no BBB 21 e coloca Pocah no paredão; Arthur e João Luiz também estão na berlinda

Gil levou a melhor na Prova do Líder realizada ao vivo durante a edição do programa desta terça (20), logo após a eliminação de Caio do reality.

Arthur, João Luiz e Pocah estão no 13º paredão do BBB 21. (Foto: Reprodução)

 

Gil é o novo líder do Big Brother Brasil 21 (Globo) e indicou Pocah ao 13º Paredão. Os outros emparedados foram Arthur e João Luiz, os mais votados pela casa. Nesta semana, não tem prova Bate Volta para se livrar do Paredão e os indicados vão direto para votação popular.

Gil levou a melhor na Prova do Líder realizada ao vivo durante a edição do programa desta terça (20), logo após a eliminação de Caio do reality. Ele recebeu as pulseiras do Vip e distribuiu para Juliette, Fiuk e João Luiz. Com a decisão, Pocah, Camilla, Arthur e Viih Tube estão na Xepa.

Na Prova do Líder, cada confinado tinha direito de arremessar cinco bolas para acertar três ingredientes da cerveja Amstel: malte, lúpulo e água. Gil foi o único que acertou os três ingredientes e ganhou uma viagem para Amsterdã com acompanhante.
A semana do Big Brother Brasil 21 será bem movimentada com três eliminações que vão ocorrer até o próximo domingo (25). A próxima eliminação acontecerá quinta (22), quando uma outra dinâmica para a escolha do líder vai ocorrer, assim como a formação de mais um Paredão.

No domingo (25), mais um brother deixa a casa. Na sequência, mais uma Prova do Líder será realizada com formação de uma nova berlinda.
O BBB 21 chega ao fim no dia 4 de maio.

SUPERSEMANA DO BBB

TERÇA (20)

> Eliminação do Paredão já formado por Caio, Fiuk e Gilberto
> Nova Prova do Líder
> Nova formação de Paredão

QUINTA (22)

> Eliminação do Paredão formado na terça-feira (20)
> Nova Prova do Líder
> Nova Formação de Paredão

DOMINGO (25)
> Eliminação do Paredão formado na quinta-feira (22)

> Nova Prova do Líder
> Nova Formação de Paredão

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