Covid-19: em Pernambuco, 98 crianças e adolescentes estão internados em leitos públicos; número reforça necessidade da vacinação

Pernambuco tem atualmente 712 pessoas com sintomas sugestivos de Covid-19 internadas em leitos públicos (enfermaria e terapia intensiva) voltados à síndrome respiratória aguda grave (srag). Desse total, 98 casos são referentes à faixa etária pediátrica: até os 19 anos. Esse recorte da hospitalização, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES), revela que, apesar de a maioria das crianças e adolescentes apresentar formas leves ou assintomáticas da Covid-19, eles não estão isentos de formas graves da infecção, como srag e a síndrome inflamatória multissistêmica. Assim, em meio à retirada da recomendação da aplicação da vacina contra Covid-19 para adolescentes, pelo Ministério da Saúde, autoridades sanitárias e entidades médicas felizmente não deixam de reconhecer que, para o controle da cadeia de transmissão da doença, é necessária uma ampla cobertura vacinal para todas as faixas etárias contempladas pelas vacinas licenciadas no Brasil.

Pernambuco mostra que se mantém firme na mobilização contra o coronavírus, sem deixar de dar continuidade à imunização dos adolescentes, de 12 a 17 anos, com e sem comorbidades. Os benefícios da vacinação de adolescentes superam (e muito) os riscos. A incidência de eventos adversos graves, como miocardite, é de 16 por milhão de pessoas que recebem duas doses da vacina. A própria Covid-19 pode causar danos cardíacos em adultos e adolescentes, com frequência mais elevada. Por isso, suspender a vacinação de adolescentes, neste momento, pode prejudicar o controle da pandemia no Brasil e mais ainda: gerar insegurança quanto ao uso dos imunizantes e consequentemente fazer cair, ainda mais, a taxa de cobertura vacinal para outras doenças.

Dessa forma, autoridades e especialistas esperam que o Ministério da Saúde reconsidere o posicionamento, especialmente considerando a inexistência de evidências científicas contrárias ao uso da Pfizer em adolescentes. Na sexta-feira (17), a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo informou, inclusive, que a morte de uma adolescente de 16 anos, que morava em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, foi decorrente de uma doença autoimune. O óbito, que ocorreu no último dia 2 de setembro, foi um dos motivos que levaram o Ministério da Saúde a retirar a recomendação de aplicação de doses contra Covid-19 entre 12 e 17 anos. “A Secretaria de Estado da Saúde concluiu o diagnóstico de doença autoimune em adolescente de 16 anos, que havia sido vacinada contra covid-19 em São Bernardo do Campo e faleceu sete dias depois. As análises técnicas indicam que não é a vacina a causa provável do óbito, e sim a doença identificada com base no quadro clínico e em exames complementares, denominada púrpura trombótica trombocitopênica (PPT)”, diz a nota da secretaria. A investigação considerou análise feita por 70 pesquisadores.

 

 

Brasileira é encontrada morta na fronteira dos EUA

Lenilda dos Santos, 49 anos, era enfermeira e queria trabalhar nos EUA para quitar dívidas; corpo foi achado em um deserto no Novo México.

Desde 5 de setembro, a mulher estava com três amigos e um coiote mexicano na travessia do México para os Estados Unidos, onde tentaria entrar sem o visto. (Foto: reprodução)

Uma enfermeira brasileira de 49 anos morreu na fronteira do México com os Estados Unidos após ser abandonada pelo grupo que tentava entrar no país americano. O corpo de Lenilda dos Santos foi encontrado na quarta (15/9). O último contato dela com a família aconteceu no dia 7 de setembro.

As informações são do jornal Folha de S. Paulo e do jornal O Globo. A enfermeira foi achada sem vida em uma área de deserto na cidade de Deming, no estado americano do Novo México. O município fica próximo ao México.

De acordo com relatos de familiares ao jornal, Lenilda enviou uma mensagem de voz pelo celular para seu irmão por volta das 15h25 de 7 de setembro, na qual dizia: “Eu dormi aqui, eu não aguentei, eu tô sozinha. Mas eles estão vindo me buscar. Eu tô chegando, falta um pouquinho só para eu chegar. Eu não aguentei”.

Em outro áudio, explicou que estava com sede e pedia que o irmão falasse com os amigos dela a fim de que levassem água para ela. “Eu esperei até 11 horas, mas ninguém veio. Eu peguei e saí do lugar”, disse. “Eu estou escondida. Manda ela trazer uma água para mim, porque não estou aguentando de sede.”

Desde 5 de setembro, a mulher estava com três amigos e um coiote mexicano na travessia do México para os Estados Unidos, onde tentaria entrar sem o visto.

O irmão da enfermeira, o pecuarista Leci Pereira, relatou que Lenilda foi abandonada pelo grupo porque passou mal durante a caminhada. “Largaram ela para trás. São pessoas que foram criadas junto com a gente, que conhecemos há mais de 30 anos. Ela confiou que eles iam voltar para buscá-la”, assinalou.

Segundo o irmão contou para a Folha, Lenilda trabalhava em dois empregos como enfermeira, mas tinha dívidas que não conseguia pagar. Ela já havia morado nos EUA em 2004, e decidiu voltar ao país para conseguir um emprego para ganhar em dólar, com a intenção de quitar os débitos.

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