Brasil chega a 593 mil mortes por Covid e a mais de 21,3 milhões de casos

 

 O Brasil registrou 661 mortes por Covid e 25.348 casos da doença, nesta quinta-feira (23). Com isso, o país chega 593.018 óbitos e a 21.307.960 pessoas infectadas desde o início da pandemia.

As médias móveis de mortes e casos continuam em crescimento, em comparação aos dados de duas semanas atrás. A média de óbitos é de 534 vidas perdidas por dia, aumento de 18%, e a de infecções é de 34.366 por dia, salto de 100%.

Os dados recentes, contudo, têm sofrido por instabilidades no sistema do Ministério da Saúde, recentemente atualizado, e por represamentos de informações. As médias, com isso, podem acabar impactadas.

O estado de São Paulo, na segunda (20), relatou problemas e disse que os óbitos notificados são inferiores ao esperado “devido a uma instabilidade no serviço do Sivep, sistema federal onde são notificados os casos graves de Covid-19 e as mortes”.

Na semana passada, os dados diários do consórcio também foram afetados por represamentos de casos em São Paulo, que incluiu dezenas de milhares de infecções de meses anteriores. Também na última semana e na terça, o Rio de Janeiro teve problemas no sistema de notificação e não divulgou os dados. Roraima e Bahia foram outros que tiveram problemas.

Outro exemplo é do Acre, que, após atualização da plataforma E-SUS, do ministério, acrescentou 18 mortes que não haviam sido contabilizadas anteriormente.

Os dados do país, coletados até 20h, são fruto de colaboração entre Folha de S.Paulo, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus. As informações são recolhidas pelo consórcio de veículos de imprensa diariamente com as Secretarias de Saúde estaduais.

Os dados da vacinação contra a Covid-19, também coletados pelo consórcio, foram atualizados nos 26 estados e no Distrito Federal.

O Brasil registrou 2.327.757 doses de vacinas contra Covid-19, nesta quinta. De acordo com dados das secretarias estaduais de Saúde, foram 1.251.572 primeiras doses e 1.026.263 segundas. Também foram registradas 5.015 doses únicas e 44.907 doses de reforço.

Ao todo, 144.307.827 pessoas receberam pelo menos a primeira dose de uma vacina contra a Covid no Brasil – 80.243.383 delas já receberam a segunda dose do imunizante.

Somadas as doses únicas da vacina da Janssen contra a Covid, já são 84.428.532 pessoas com esquema vacinal completo no país.

Com isso, 91,61% da população com mais de 18 anos já recebeu ao menos uma dose (nesse caso, a 1ª dose de alguma vacina ou o imunizante de dose única) e 52,09% (também com mais de 18 anos) recebeu as duas doses recebidas ou a dose única da Janssen.

Mesmo quem completou o esquema vacinal com as duas doses deve manter cuidados básicos, como uso de máscara e distanciamento social, afirmam especialistas.

A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorreu em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (sem partido), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.

De olho na reeleição, Planalto faz pressão total por novo Bolsa Família turbinado

Jair Bolsonaro, presidente da República, ao lado Paulo Guedes, ministro da Economia

Por Vera Magalhães/O Globo

A pressão sobre o ministro Paulo Guedes (Economia) por um Auxílio Brasil anabolizado nunca foi tão grande. No interior do governo, o discurso é que é preciso anunciar quanto antes um benefício permanente que substitua o Bolsa Família e o auxílio emergencial.

O sonho da ala política do Executivo, que já não esconde que resolveu mandar o ajuste fiscal e os escrúpulos às favas, é repetir o valor de R$ 600 da primeira rodada do auxílio emergencial.

Sozinho na savana, Guedes tenta avisar que não há nem espaço fiscal para pagar esse valor nem o “carimbo” de que o governo precisa no Orçamento para criar uma despesa permanente.

O primeiro teria de vir da renegociação dos precatórios, que nesta semana avançou para um acordo, mas ainda com inconsistências que precisam ser resolvidas, como a necessidade de combinar com os credores o tal “encontro de contas” que, ademais, não conseguiria atingir a todos os que têm dívidas a receber.

O carimbo, ou seja, a designação de uma receita para arcar com a nova despesa, uma exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal, viria da reforma do Imposto de Renda, em torno da qual existe acordo para votação no Senado. Não se está, nesse caso, fazendo uma conta de equivalência. O raciocínio do governo é que a reforma do IR não precisa cobrir o gasto com o auxílio, que viria da própria arrecadação do governo, que cresceu neste ano. Seria apenas a fonte a justificar o gasto do ponto de vista formal.

Pedaladas? Aos olhos de muitos, sim. Mas o nó dos precatórios é algo que sensibiliza ministros do STF e parlamentares. Os últimos estariam dispostos a, alinhavados os muitos detalhes ainda sem resposta do acordo, votar uma proposta de emenda à Constituição para oficializar a rolagem de quase R$ 50 bilhões dessas dívidas.

Isso significa que está aberta a porta para o auxílio turbinado que poderia ser a âncora eleitoral de Bolsonaro? Não necessariamente. A primeira resistência a chutar o pau da barraca no valor vem, como já escrevi, do próprio Guedes. Resta saber se ele terá forças para resistir a apelos cada vez mais veementes, de ministros que deixam Bolsonaro “pilhado” com esse assunto, como ocorreu em reunião ministerial recente.

A segunda barreira estará no próprio Congresso. Senadores e deputados não estão dispostos a colocar uma azeitona carnuda e já descaroçada na empada de Bolsonaro à reeleição. A tendência é que um auxílio inflado artificialmente encontre resistências mesmo dos partidos de esquerda, que tradicionalmente defendem os benefícios sociais.

BC aprova limite de R$ 1 mil no Pix para combater fraudes

 — Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Valor

O Banco Central (BC) aprovou três medidas para a ‘prevenção de fraudes na prestação de serviços de pagamento’. As medidas já tinham sido apresentadas no fim de agosto, como maneira de coibir fraudes no Pix, mas só foram formalizadas nesta quinta-feira (23).

Até 4 de outubro, as instituições deverão limitar a R$ 1 mil “a prestação de serviços de pagamento para o período das 20h às 6h”. Ou seja: esse será o limite para transferências nesse período, incluindo o Pix.

“Tal limite poderá ser alterado a pedido do cliente, formalizado nos canais de atendimento eletrônicos, porém a instituição deverá estabelecer prazo mínimo de 24 horas para a efetivação do aumento”, disse o BC.

Até 16 de novembro, as instituições precisarão também implantar outras duas medidas. Em uma frente, serão obrigadas a realizar “registros diários das ocorrências de fraudes ou de tentativas de fraude na prestação de serviços de pagamento, discriminando, inclusive, as medidas corretivas adotadas”. Segundo o BC, com base nesses registros, as instituições deverão elaborar relatório mensal consolidando as ocorrências e as medidas preventivas e corretivas adotadas. Posteriormente, o relatório deverá ser encaminhado aos comitês de auditoria e risco, à auditoria interna, à diretoria executiva e ao conselho de administração da instituição.

Em outra frente, também até 16 de novembro, as instituições serão obrigadas a avaliar previamente clientes que ofereçam serviços com maquininhas que compensam os pagamentos no mesmo dia. Golpes envolvendo esses serviços são comuns no Carnaval, por exemplo.

Compartilhe: