Brasil bate mais recorde 2º dia de casos de Covid, com mais de 200 mil infecções

A média móvel de casos também atingiu o recorde de toda a pandemia e agora é de 100.322 infecções por dia, valor 487% maior do que o dado de duas semanas atrás.

Além do crescimento de casos, as mortes também aumentaram. Nesta quarta, foram registrados 349 óbitos e a média móvel chegou a 215 vidas perdidas por dia, aumento de 114%, também em relação aos dados de duas semanas atrás.

O elevado valor de infecções se deve, em especial aos dados do Rio de Janeiro, que registrou sozinho 69.223 casos. O estado não apresentou explicações para o número.

Com os dados desta quarta, o país chegou a 621.927 vidas perdidas e a 23.420.861 pessoas infectadas pelo Sars-CoV-2 desde o início da pandemia.

Os dados do país, coletados até 20h, são fruto de colaboração entre Folha de S.Paulo, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus. As informações são recolhidas pelo consórcio de veículos de imprensa diariamente com as Secretarias de Saúde estaduais.

A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorreu em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (sem partido), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.

Ator francês Gaspard Ulliel, de ‘Cavaleiro da Lua’, morre aos 37 anos, após acidente de ski

Ator ficou conhecido pelos trabalhos em ‘Hannibal ‑ A origem do mal’ e ‘Saint Laurent’.

Ator francês Gaspard Ulliel. (Foto: Eric Gaillard / REUTERS)

 

O ator Gaspard Ulliel, conhecido pelos filmes “Hannibal ‑ A origem do mal” e “Saint Laurent”, morreu nesta quarta-feira, após um grave acidente de ski nos Alpes. As informações da AFP foram confirmadas pelo agente do artista.

O acidente aconteceu na terça-feira (18) na região de Savoie, na França. O ator de 37 anos chegou a ser hospitalizado em estado grave, mas não resistiu.

Ulliel estava no elenco da nova série da Marvel para o Disney+, “Cavaleiro da Lua”, com lançamento previsto para o próximo dia 30 de março. Com mais de 20 anos de carreira, ele mesclou trabalhos na Europa e em Hollywood.

Gaspard Ulliel no Rio, em 2014, na época do lançamento do filme “Saint Laurent”, ao lado do diretor Bertrand Bonello Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo

Em 1997, aos 13 anos, faz sua estreia como ator na série francesa “Mission protection rapprochée”. Nos anos seguintes, faz pequenas participações em telefilmes, séries e curtas. A primeira grande oportunidade surge em 2001, com “O pacto dos lobos”, filme de ação francês que teve boa distribuição mundial, inclusive no Brasil. Três anos depois, em 2004, foi escolhido por Jean-Pierre Jeunet para formar o par romântico com Audrey Tautou no drama “Eterno amor”.

O primeiro desafio internacional veio em 2007, ao ser chamado para o papel principal de “Hannibal ‑ A origem do mal”, filme que conta a origem do personagem imortalizado por Anthony Hopkins nos cinemas.

Apesar dos trabalhos em Hollywood, o ator seguiu trabalhando em seu país de origem. Em 2014, assume a responsabilidade de interpretar o estilista Yves Saint Laurent em cinebiografia dirigida por Bertrand Bonello. Durante sua trajetória, trabalhou com realizadores como Xavier Dolan, André Téchiné e Gus Van Sant. Seu último trabalho de destaque antes de se envolver com a série da Marvel foi no drama “Sibyl”, de Justine Triet.

TSE estuda banir Telegram do Brasil para combater ‘fake news’ nas eleições

Corte não consegue localizar responsáveis pelo aplicativo, apesar de várias tentativas.

Símbolo do Telegram, principal concorrente do WhatsApp. (Foto: DADO RUVIC / REUTERS)

 

BRASÍLIA — O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estuda entrar em ação para proibir o funcionamento no Brasil do aplicativo de mensagens Telegram, como parte das ações de combate às notícias falsas durante as eleições. Desde 2018, a Corte tenta notificar os responsáveis pela empresa, sem sucesso. Internamente, magistrados da Justiça Eleitoral consideram que o Congresso deveria agir para aperfeiçoar a legislação sobre o tema.

Diferentemente de seu concorrente, o WhatsApp, o Telegram permite grupos de até 200 mil pessoas, além de canais sem limite de usuários — em ambos os casos, terrenos férteis para a disseminação de conteúdos falsos. Ao optar pelo eventual banimento, o TSE pode determinar a remoção do programa das lojas de aplicativo, como Apple Store ou Google Store, fazendo com que as pessoas não consigam mais fazer o download do recurso. Numa medida mais drástica, poderia recorrer a um dispositivo de segurança de rede que autoriza ou bloqueia o tráfego, o que interromperia o funcionamento do aplicativo. A possibilidade é prevista no Marco Civil da Internet.

Reservadamente, interlocutores do TSE ouvidos pelo GLOBO afirmam que cabe ao Congresso aperfeiçoar a legislação de modo a coibir situações como essa. Ainda assim, no entanto, não está descartada a hipótese de que o aplicativo seja banido por ação do próprio TSE, que neste momento avalia os cenários possíveis.

Em nota encaminhada ao GLOBO, a presidência do TSE, que tem hoje à frente o ministro Luís Roberto Barroso, diz entender que “nenhum ator relevante no processo eleitoral de 2022 pode operar no Brasil sem representação jurídica adequada, responsável pelo cumprimento da legislação nacional e das decisões judiciais”. Segundo a Corte, na volta do recesso, o ministro irá discutir internamente com os ministros as providências possíveis.

“O TSE já celebrou parcerias com quase todas as principais plataformas tecnológicas e não é desejável que haja exceções. O ministro Barroso e seus sucessores, ministros Luiz Edson Fachin e Alexandre de Moraes, estão empenhados em promover eleições livres, limpas e seguras, e este deve ser um compromisso de todos os que participam do processo democrático brasileiro”, afirmou ainda a Corte. Fachin assume a presidência do TSE no próximo dia 28 de fevereiro e passará o comando para Moraes em agosto, quando passa a ser o responsável pelas eleições.

A tentativa mais recente de contato do TSE com o Telegram ocorreu em 16 de dezembro do ano passado, quando o tribunal encaminhou um ofício ao diretor executivo do aplicativo de mensagens, Pavel Durov, solicitando uma reunião para discutir possíveis formas de cooperação sobre o combate à disseminação de fake news. O e-mail jamais foi respondido.

Na carta, Barroso ressaltou que o Telegram é um aplicativo de mensagens de rápido crescimento no Brasil, estando presente em 53% de todos smartphones ativos disponíveis no país, e que “é por meio do Telegram que muitas teorias da conspiração e informações falsas sobre o sistema eleitoral estão sendo disseminadas sem qualquer controle”.

Já a tentativa de mandar o documento físico não se concretizou, pois ninguém foi localizado no suposto endereço da empresa, nos Emirados Árabes. Os registros dos Correios mostram que houve quatro tentativas de entrega, todas frustradas. Os motivos foram ‘empresa sem expediente’ e ‘carteiro não atendido’”.

Embora vista como possível por uma ala no comando do TSE, uma eventual saída pelo banimento não é unanimidade na Corte. De acordo com relatos feitos ao GLOBO, auxiliares responsáveis por questões técnicas no gabinete de ministros entendem que, como o Telegram não é provedor de internet, mas um aplicativo de mensagens, não caberia a exigência de domicílio jurídico nacional.

“Terra de ninguém”

Em novembro, o GLOBO mostrou que o TSE lançou mão de uma parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com o intuito de desenvolver uma ferramenta para monitorar o Telegram. O mecanismo capaz de vigiar e explorar dados de grupos e canais públicos de cunho político, segundo interlocutores da Corte, ainda está em fase de teste.

O Telegram foi criado em 2013, na Rússia, pelos irmãos Nikolai e Pavel Durov, e conta hoje em dia mais de 500 milhões de usuários e forte presença em diversos países do mundo, como antigas repúblicas soviéticas.  Como o GLOBO mostrou, a plataforma abriga grupos que negociam venda de armas e distribuição de pornografia infantil e vídeos de tortura e execuções.

Atualmente, tornou-se um dos principais veículos de comunicação do presidente Jair Bolsonaro (PL), que conta com 1.023.927 inscritos em seu canal, criado em janeiro de 2021 após o banimento do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump do Twitter. Na plataforma, Bolsonaro dissemina vídeos, pronunciamentos e andamento de propostas em todas as esferas do governo.

A título de comparação, o número de inscritos no canal de Lula (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto para o ano que vem, chega a 47.100. Ciro Gomes (PDT) conta com 19 mil usuários.

— A questão é que ter um espaço assim, com a potência e abrangência que tem, faz com que haja um perigo muito grande de escoar para essa aplicação tudo aquilo que poderia danificar a democracia brasileira e que seria barrado nos outros aplicativos ou plataformas que estão em conformidade com as regras — aponta o professor de Direito Eleitoral Digital da Universidade Mackenzie Diogo Rais.

Para ele, a dificuldade é que as instituições não conseguem penetrar no Telegram e, com isso, todos os outros aplicativos e plataformas, como WhatsApp ou YouTube, acabam se tornando vítimas desse mesmo processo. Rais afirma que o banimento é uma medida drástica, e pondera que, caso ocorra, pode abrir um precedente perigoso em termos de liberdade de expressão. Ainda assim, considera que esse possa ser um caminho a ser tomado.

— Basta vermos o que aconteceu com o aplicativo Parler, que vinha sendo usado por setores da extrema-direita pela falta de regulamentação. Nos Estados Unidos, houve uma série de decisões judiciais que exigiram a retirada do aplicativo das plataformas, de forma que novos usuários não mais conseguiram baixá-lo. É uma maneira de diminuir o impacto — explica o professor, que estuda os movimentos digitais nas eleições desde 2010.

Procuradora-geral de NY encontra evidências de fraudes em negócios de Trump

Por: Correio Braziliense

Um ano depois de abandonar Washington sem entregar pessoalmente a faixa presidencial a Joe Biden, o republicano Donald Trump se mantém nos holofotes por seus problemas com a Justiça. Ontem, a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, anunciou ter encontrado indícios de que o clã Trump supervalorizou, de modo fraudulento, vários ativos com o intuito de obter ganhos financeiros. De acordo com um extenso documento judicial, Letitia concluiu que o magnata “tinha a máxima autoridade sobre uma série de condutas da Organização Trump, que envolviam declarações erradas às contrapartes, incluídas as instituições financeiras e o Serviço de Impostos Internos”.

“Nós descobrimos evidências significativas que sugerem que Donald J. Trump e a Organização Trump avaliaram, de forma falsa e fraudulenta, vários ativos, e deturparam esses valores para instituições financeiras”, declarou Letitia James, por meio de comunicado à imprensa. A procuradora-geral defendeu a importância de interrogar, sob juramento, Donald Trump e os filhos Donald Trump Jr. e Eric Trump sobre os negócios imobiliários da família.  
Mitchell Epner, ex-procurador-federal e advogado na firma Rottenberg Lipman Rich P.C. (em Nova  York), admitiu ao Correio que as acusações contra Trump são “gravíssimas”, no que diz respeito ao “uso de avaliações de ativos fraudulentas ou enganosas” para obter vantagens fiscais. “Com relação aos impostos, na condição de procuradora-geral de Nova York, Letitia James tem competência para ajuizar uma ação civil e recuperar quaisquer valores sonegados.”
De acordo com ele, a dificuldade em apresentar acusações criminais contra Trump seria demonstrar que o ex-presidente sabia do teor fraudulento das declarações de renda no momento em que foram feitas. “Isso exige uma prova de seu estado de espírito, algo difícil de obter. Uma das muitas defesas que ele poderia levantar é alegar que confiava nos contadores e advogados para assinar os documentos. Se um júri acreditar nessa tese, Trump não seria culpado de nenhum crime de fraude”, afirmou Epner. “Pode ser mais fácil apresentar acusações criminais contra as Organizações Trump, o que levaria apenas a multas e, potencialmente, à dissolução da corporação.”
Também ex-procurador federal, Roland Riopelle lembrou à reportagem que a investigação conduzida por Letitia James pode resultar apenas em responsabilidade civil e fiscal, além de multas e sanções. “Trump não pode ser preso com base nas conclusões. Se isso ocorrer aqui em Nova York, será em decorrência de outra investigação comandada pelo procurador distrital”, observou. 
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