Bolsonaro dá péssimo exemplo e diz que voltou a se automedicar com cloroquina

Durante sua live semanal transmitida em suas redes sociais, o presidente se irritou com a cobrança feita pelos senadores sobre o incentivo do governo à utilização do remédio contra o novo coronavírus.

O presidente afirmou que, há poucos dias, teve sintomas e tomou o remédio. (Foto: Reprodução)

O presidente Jair Bolsonaro revelou nesta quinta-feira que voltou a usar cloroquina após sentir sintomas de Covid-19 nos últimos dias. Durante sua live semanal transmitida em suas redes sociais, o presidente se irritou com a cobrança feita pelos senadores sobre o incentivo do governo à utilização do remédio contra o novo coronavírus, apesar do consenso científico de que o medicamento não é eficaz para combater a doença.

O presidente afirmou que, há poucos dias, teve sintomas e tomou o remédio. Bolsonaro não citou nominalmente a cloroquina por temor de que as redes sociais derrubassem a transmissão, uma vez que poderia ser enquadrada como propagadora de informações falsas.

— Não vou falar o nome para não cair a live. Aquele negócio que o pessoal usa para combater a malária, eu usei lá atrás e no dia seguinte tava bom. E vou dizer mais: há poucos dias estava me sentindo mal e, antes mesmo de procurar o médico… Olha só que exemplo estou dando: tomei depois aquele remédio porque estava com sintoma. Tomei, fiz exame, não estava (doente). Mas, por precaução, tomei — afirmou.

Bolsonaro elogiou o desempenhou do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello na CPI e reclamou que senadores não investigam desvio de recursos nos estados.

— A informação que eu tive é que o Pazuello foi muito bem. A CPI continua sendo um vexame nacional, não querem investigar o desvio de recursos — afirmou.

Além de evitar usar o nome cloroquina, Bolsonaro destacou seu uso contra a malária. Em outra mensagem cifrada, também lembrou que o remédio era aquele que “ofereceu para a ema”, referência a quando ofereceu uma embalagem do medicamento para uma das emas que vivem no Palácio do Alvorada.

Bolsonaro também voltou a chamar de canalhas aqueles que criticam o uso da cloroquina mas não oferecem alternativas. O presidente insinuou que alguns médicos não receitam o medicamento porque ganhariam mais dinheiro com pacientes na UTI.

— Um paciente hospitalizado numa UTI é um paciente que vai gastar muito dinheiro com aquele hospital particular. Não quero dizer que seja isso, mas parece que pelo menos pode se suspeitar. Bem como um remédio extremamente barato como esse que eu tomei para combater a malária prejudica os grandes negócios da indústria farmacêutica — disse o presidente.

Compartilhe: