Agências dos EUA recomendam pausa na aplicação da vacina da Johnson após 6 casos de coágulos em 7 milhões de doses aplicadas

Ao todo, 6,8 milhões de doses da vacina já foram dadas nos Estados Unidos; os casos de coágulos representam apenas 0,0000882353% das doses aplicadas.

A vacina também já foi aprovada para uso emergencial pela Organização Mundial de Saúde (OMS). ​(Foto: Reprodução)

Duas agências federais americanas, a FDA e o CDC, recomendaram, nesta terça-feira (13), que a aplicação da vacina da Johnson contra a Covid-19 seja pausada no país depois de 6 casos de coágulos raros em pacientes que receberam o imunizante.

Ao todo, 6,8 milhões de doses da vacina já foram dadas nos Estados Unidos; os casos de coágulos representam apenas 0,0000882353% das doses aplicadas, ou menos de um caso de coágulo a cada um milhão de doses aplicadas.

A vacina da Johnson é a única aplicada em uma única dose e já foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso no Brasil, mas ainda não está sendo aplicada no país.

Em uma publicação na rede social Twitter, a FDA (sigla para Food and Drug Administration, espécie de Anvisa americana) informou que a pausa estava sendo recomendada “por excesso de cuidado”, e que a agência e o CDC estão revisando informações sobre os 6 casos de pessoas que tiveram um “tipo raro e grave de coágulo sanguíneo” após receber a vacina.

“No momento, esses eventos adversos parecem ser extremamente raros”, afirmou a FDA. “O tratamento desse tipo específico de coágulo sanguíneo é diferente do tratamento que normalmente é administrado”.

Segundo a FDA, o CDC (sigla em inglês para Centro de Controle de Doenças) irá convocar uma reunião do Comitê Consultivo em Práticas de Imunização na quarta-feira (14) para analisar os casos de coágulos e avaliar a importância deles. A FDA vai revisar essa análise, pois também investiga os casos.

“Até que esse processo seja concluído, recomendamos esta pausa. Isso é importante para garantir que a comunidade de profissionais de saúde esteja ciente do potencial para esses eventos adversos e possa se planejar, devido ao tratamento exclusivo necessário para este tipo de coágulo sanguíneo”, afirmou a FDA.

A vacina da Johnson é a que começou a ser aplicada mais recentemente nos Estados Unidos. Além dela, o país também aplica as vacinas da Pfizer e da Moderna. Não houve preocupações de segurança significativas sobre as duas vacinas.

Aprovação no Brasil
A vacina da Johnson foi aprovada pela Anvisa para uso emergencial no Brasil no dia 31 de março. O Ministério da Saúde adquiriu 38 milhões de doses, com entregas previstas para o segundo semestre.

A vacina é a única que, quando disponível no país, será aplicada em apenas uma dose. Até agora, as vacinas usadas no país – CoronaVac e a de Oxford – precisam ser dadas em duas doses. A da Pfizer, que já foi aprovada pela Anvisa mas ainda não está disponível, também é aplicada assim.

 

França suspende todos os voos com o Brasil ‘até novo aviso’

O governo francês decidiu suspender “até novo aviso” todos os voos entre Brasil e França por causa de preocupações em torno da variante brasileira da covid-19, anunciou nesta terça-feira (13) o primeiro-ministro Jean Castex.

“Constatamos que a situação está se agravando e por isso decidimos suspender até novo aviso todos os voos entre Brasil e França”, explicou o chefe de governo durante sessão de perguntas na Assembleia Nacional.

Embora na França a variante brasileira ainda seja minoritária, os profissionais da saúde vêm alertando há alguns dias para a disseminação dessa cepa e a oposição exigiu que o governo interrompesse os voos com o país.

“No início, pode parecer trivial, depois pode aumentar muito rapidamente”, comentou o epidemiologista Antoine Flahaut no jornal Le Parisien.

Segundo monitoramento realizado pela Universidade Johns Hopkins, o Brasil registra mais de 354 mil mortes por covid-19 desde o começo da pandemia no país, atrás apenas dos EUA que ultrapassou a marca de 560 mil mortes pela doença. 

O número de casos por aqui chegou a mais de 13,5 milhões, número que é superado apenas pela Índia (13,7 milhões) e pelos EUA (31,2 milhões).

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