‘A guerra acabou’, diz Mohammed Naeem, porta-voz do

Porta-voz do escritório político do Talibã em Doha, no Catar, Mohammed Naeem afirmou à reportagem, por meio do WhatsApp, que as forças estrangeiras devem cumprir com o cronograma de retirada — até 31 de agosto. “O Acordo de Doha deu às forças estrangeiras a oportunidade de se retirarem de nosso país sob um pacto. Elas devem sair, e não permanecer por mais tempo”, advertiu.
Questionado sobre possíveis consequências, caso os militares adiem a saída, Naeem afirmou que as tropas “querem deixar o Afeganistão”. O talibã disse ver um “futuro brilhante para o afegão” e anunciou: “A guerra acabou”. Naeem assegurou que o novo governo do Talibã pretende manter relações diplomáticas com todo o mundo, mas avisou: “Não permitiremos que ninguém interfira em nossos assuntos”.
Os EUA prometeram a retirada militar para 31 de agosto. Qual será a reação do Talibã se esse prazo for prorrogado?
Nós esperamos que as forças estrangeiras completem sua retirada de acordo com a data estabelecida por eles. A situação de segurança no aeroporto é bem estável. O Acordo de Doha deu às forças estrangeiras a oportunidade de se retirarem de nosso país sob um pacto. Elas devem sair, e não permanecer por mais tempo.
O Talibã está facilitando a retirada dos civis e militares estrangeiros que ainda estão no Afeganistão?
Esforços estão em andamento para resolvermos este assunto em breve. Nós esperamos que este tema seja resolvido por meio do diálogo.
Quais serão as consequências, caso eles não saiam antes?
Nós não esperamos que fiquem por mais tempo, pois eles também querem deixar o Afeganistão.
Que futuro vocês vislumbram para o Afeganistão?
Nós antevemos um futuro brilhante para o Afeganistão. Havia dois grandes problemas em nosso país que tornaram a vida da população mais difícil e impediram o progresso: a ocupação e a guerra. Agora, a guerra acabou. Os afegãos são um povo corajoso e humilde. Agora a hora é deles. O apelo que fazemos para a comunidade internacional é para que ajudem o povo afegão. Essa nação tem estado em apuros há quatro décadas. Agora que o Afeganistão deu um suspiro de alívio, todos deveriam ajudar e apertar as mãos.
Como vê o fato de que alguns países não pretendem manter relações diplomáticas com o Talibã?
Nós queremos boas relações com a comunidade internacional e com os vizinhos do Afeganistão. Nós ainda temos relações com estas nações. Não permitiremos que ninguém use o solo afegão contra terceiros. E não permitiremos que ninguém mais interfira em nossos assuntos.
Há denúncias de que o Talibã violaria direitos humanos no Afeganistão. O que tem a dizer sobre isso?
Nós estamos comprometidos com os direitos humanos, com os direitos das minorias e com os princípios universais, à luz dos valores e dos recursos naturais de nosso povo e de nosso país. Atualmente, mulheres trabalham e estudam em Cabul e em outras cidades.

Ministério da Economia autoriza mais 3 mil empregados para quadro de pessoal da Caixa

Foto: divulgação

A Caixa Econômica Federal pode contratar aproximadamente 3 mil empregados. A medida está amparada por normativa do Ministério da Economia que autoriza o banco a aumentar o quadro de pessoal. De acordo com portaria da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest) do ministério, o novo quantitativo de pessoal aprovado passa de 84.544 para 87.544.

Conforme o artigo 3º da portaria, publicada no Diário Oficial da União de quinta-feira (19), “compete à empresa [Caixa] gerenciar o seu quadro de pessoal próprio, praticando atos de gestão para contratar ou desligar empregados, desde que observado o limite estabelecido no Art. 1º [87.544 trabalhadores], as dotações orçamentárias aprovadas para cada exercício bem como as demais normas legais pertinentes”.

“O quadro de pessoal do banco vem sofrendo uma grande redução ao longo dos anos, ao mesmo tempo em que há aumento do número de clientes”, destaca o presidente da Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto. “Entendemos que a atual medida [portaria da Sest] é bem-vinda; mas, insuficiente. É preciso que haja um número maior de contratações”, defende Takemoto.

O dirigente observa que a quantidade de novos postos autorizada pelo Ministério da Economia é menor que o número de vagas anunciadas pelo banco no último mês de julho. Na ocasião, a direção da estatal afirmou que contrataria 4 mil empregados, sendo 1 mil vagas para Pessoas com Deficiência (PCDs) e 3 mil para concursados que aguardam convocação.

Levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mostra que, em cinco anos (de 2015 a 2020), houve uma redução de 14.866 postos de trabalho na Caixa. Desde 2014, o banco vem acumulando um déficit de pessoal que se aproxima de 20 mil trabalhadores.

“É uma importante conquista que vínhamos reivindicando nas negociações com a Caixa e nas audiências públicas que realizamos”, afirma a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e secretária de Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Fabiana Uehara. “Mas, não resolve o problema dos empregados, que estão sobrecarregados e adoecendo por causa do excesso de trabalho”, acrescenta Uehara, ao defender que aprovados no concurso de 2014 [ainda em vigor] sejam contratados pelo banco.

 

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